Gregório de Mattos:

Conhecido como Boca do Inferno, devido à sua produção satírica, é o maior poeta barroco brasileiro e um dos fundadores da poesia lírica e satírica no país. Devido às suas sátiras foi perseguido pelo governador baiano Antônio Souza Menezes, o Braço de Prata. O poeta foi extremamente irreverente. Irreverente como pessoa, ao chocar os valores e a falsa moral da sociedade baiana de seu tempo, com seus comportamentos considerados indecorosos; irreverente como poeta lírico, porque seguia e, ao mesmo tempo, quebrava os modelos barrocos europeus; irreverente como poeta satírico, pois, empregando um vocabulário chulo, de baixo calão, denunciou as contradições e falsidades daquela sociedade, ignorando o poder das autoridades políticas e religiosas. Hoje, entretanto, a obra de Gregório de Mattos é reconhecida como um projeto literário que não só abriu uma tradição entre nós, mas também superou os limites do movimento a que estava filiado - o Barroco - e o peota chegou a ser, em pleno século XVII, de certa forma, um dos precursores da poesia moderna do século XX. Gregório de Mattos cultivou a poesia lírica religiosa, amorosa e filosófica. Como poeta lírico, adequou-se aos temas e aos procedimentos de linguagem mais freqüentes no Barroco europeu.

Poemas:

"A cada canto um grande conselheiro..."
"Que falta nesta cidade?.................Verdade."
"Triste Bahia! Ó quão dessemelhante ..."
"O todo sem a parte não é todo;"
"Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,"
"Senhor Antão de Sousa Meneses,"
"Toda a cidade derrota..."
"Eu sou aquele, que os passados anos ..."
"Carregado de mim ando no mundo,"
"Mostrai, Senhor, a grandeza..."
"Neste mundo é mais rico o que mais rapa:"
"Discreta e formosíssima Maria, / Enquanto estamos vendo a qualquer hora,"
"Discreta e formosíssima Maria, / Enquanto estamos vendo claramente,"
"Ardor em firme coração nascido;"
"Há cousa como ver um Paiaiá,"
"Um calção de pindoba a meia zorra..."
"Se pica-flor me chamais,"
"Sete anos a nobreza da Bahia..."
"Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,"
"Vês esse Sol de luzes coroado,"
"Rubi, concha de perlas peregrina,"
"Que me quer o Brasil, que me persegue?"
"Adeus praia; adeus, Cidade, "
"Corpo a corpo, à campanha embravecida,"


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